Vigilantes terceirizados do Estado denunciam atraso nos salários
Vigilantes terceirizados que trabalham em escolas estaduais em Imperatriz denunciam atraso no pagamento de salários e do tíquete alimentação. O fato foi comunicado ao presidente da Câmara Municipal, José Carlos Soares, pelo presidente do sindicato da categoria no sul do Maranhão, Jonas Rodrigues, durante audiência na manhã desta quarta-feira (25).
“É sempre um drama para o trabalhador quando ele não recebeu seu salário pelo trabalho prestado, principalmente o trabalhador que é contratado por empresas terceirizadas que não assumem seus compromissos trabalhistas. Estamos encampando a luta desses vigilantes e vamos fazer gestão junto ao governo do estado para tentar solucionar o impasse”, declarou o presidente José Carlos.
Segundo Jonas Rodrigues, o atraso no pagamento dos salários já está chegando a dois meses e o tíquete alimentação a três meses. São 165 profissionais que foram “rebaixados” de vigilantes a porteiros de escolas da rede estadual de ensino, de acordo com o sindicato, prestando serviços à empresa terceirizada Trans Service.
“Nem a empresa nem o estado deram qualquer informação sobre esses atrasos. A empresa não manteve contato o sindicato e com eles (vigilantes) apenas uma vez, quando receberam uma lista de documentos e uma camiseta. Não enviaram fardamento, EPI (equipamento de proteção individual) e só isso”, relatou o presidente do sindicato.
Ele denunciou “desvio de funções da categoria em postos de trabalho”, bem como contratações irregulares e atraso de salários.
O dirigente sindical disse que inicialmente os trabalhadores “sofreram um rebaixamento”, “pois anteriormente exerciam a função de vigilantes treinados, armados, licenciados pela Polícia Federal e perderam essa condição porque foram transformados em porteiros”, o que, de acordo com ele, se constitui em uma “fraude social”, “meso que talvez não tenha havido uma fraude legal”.
“Eles estão sendo subutilizados, sofreram prejuízos a curto, médio e longo prazos. A curto prazo perderam 30 por cento do adicional de periculosidade, perderam a qualidade de assegurado especial diante da Previdência Social porque deixaram de usufruir da aposentadoria especial e tantos outros reflexos que sofreram com a queda salarial, tendo agora a promessa, porque ainda não receberam nada, de salário de porteiro”, argumentou.
Jonas Rodrigues denunciou também que sequer esses trabalhadores têm vínculo trabalhista (carteira assinada) com a empresa terceirizada. “O estado não pode abrigar uma situação de ilegalidade como esta. Se houver um sinistro, um episódio com qualquer trabalhador desse, ele não está assegurado. Ele está trabalhando, mas não está empregado”, protestou.
A categoria vai decidir em assembleia se entra em greve ou não. “Dada a situação de completo abandono, de escravidão em pleno século 21, acreditamos nessa paralisação das atividades”, informou o sindicalista.
Texto: Carlos Gaby/Assimp
Foto: divulgação/Assimp
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