Após ausência em CPI sobre incêndio, dirigentes do Flamengo serão obrigados a comparecer em reunião
sábado, fevereiro 08, 2020
| Publicado por:
Carlos Dantas
Dirigentes do Flamengo serão conduzidos coercitivamente por não comparecerem à primeira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Incêndios da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira.
A comissão foi criada em novembro, e apura, entre outros incidentes no estado, a tragédia no Centro de Treinamento Ninho do Urubu, em Vargem Grande, na Zona Oeste, onde 10 jovens morreram e outros 16 se feriram no dia 8 de fevereiro do ano passado.
Os convocados para depor serão o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, o vice jurídico, Rodrigo Dunshee, e o ex-vice de patrimônio Alexandre Wrobel.
Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo, foi ouvido pela CPI dos Incêndios. Ele é um dos indiciados no processo.
Wedson dos Santos, pai do menino Pablo, um dos que morreram no incêndio, reclamou do descaso do Flamengo em relação à assistência prestada. A advogada da família, Mariju Maciel, emocionou-se ao falar da indiferença do clube em relação a eles. Ela inclusive rebateu acusações de que os advogados das famílias criavam obstáculos nas negociações.
“Eu quero deixar claro, em nome dos advogados, que nós não somos entraves para nada. Flamengo, se vocês quiserem fazer contato direto com eles, aqui estão eles. O que nós faremos é exatamente o que o corpo jurídico do Flamengo faz: dar uma assessoria jurídica para o qual estamos capacitados. Jamais tentaremos ganhar dinheiro com dor. Que é isso que vocês estão tentando passar para a mídia, para trazer uma culpa que não é nossa. Não é nossa”.
O diretor-executivo do Flamengo, Reinaldo Belloti, falou que o Flamengo vem prestando assistência aos familiares.
“Nós pretendíamos, naquele momento, fazer um amplo programa de acolhimento aos familiares e resolver o problema o mais rápido possível, dentro de uma dinâmica que nós entendemos como razoável. Nós trouxemos todas as famílias que quiseram vir para cá, alojamos todas as famílias que quiseram, prestamos todas as ajudas psicológicas e financeiras daquele primeiro momento”.
Wedson de Matos, pai de Pablo, contestou a declaração.
“Viemos nessa CPI para falarmos a verdade. Igual você citou, que o Flamengo está dando todo o apoio para a família. Eu fiquei sabendo que meu filho morreu através da mídia. Amanhã faz um ano, eu nunca recebi uma ligação, nem um bom dia. Eu recebi uma urna cheia de cinzas, não pude despedir do meu filho. Então vamos falar a verdade”.
O titular da delegacia do Recreio dos Bandeirantes, Márcio Petra, responsável pela investigação, informou que oito pessoas foram indiciadas por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. Entre os indiciados estão engenheiros do Flamengo, engenheiros da empresa NHJ, fornecedora dos materiais para o alojamento, e o monitor que não estava no local no momento em que o incêndio começou.
A investigação apurou que antes de serem transformados em dormitórios, os módulos habitáveis eram destinados a atividades administrativas e usados como refeitório. Não foi feita nenhuma adaptação para o novo uso. Entre as irregularidades, estavam portas de correr nos quartos onde os atletas dormiam, que dilataram com as altas temperaturas e impossibilitaram a fuga dos adolescentes, já que havia grades nas janelas do alojamento.
Procurado, o Flamengo não se posicionou sobre a condução coercitiva de seus dirigentes convocados até o fechamento desta reportagem.
A comissão foi criada em novembro, e apura, entre outros incidentes no estado, a tragédia no Centro de Treinamento Ninho do Urubu, em Vargem Grande, na Zona Oeste, onde 10 jovens morreram e outros 16 se feriram no dia 8 de fevereiro do ano passado.
Os convocados para depor serão o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, o vice jurídico, Rodrigo Dunshee, e o ex-vice de patrimônio Alexandre Wrobel.
Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo, foi ouvido pela CPI dos Incêndios. Ele é um dos indiciados no processo.
Wedson dos Santos, pai do menino Pablo, um dos que morreram no incêndio, reclamou do descaso do Flamengo em relação à assistência prestada. A advogada da família, Mariju Maciel, emocionou-se ao falar da indiferença do clube em relação a eles. Ela inclusive rebateu acusações de que os advogados das famílias criavam obstáculos nas negociações.
“Eu quero deixar claro, em nome dos advogados, que nós não somos entraves para nada. Flamengo, se vocês quiserem fazer contato direto com eles, aqui estão eles. O que nós faremos é exatamente o que o corpo jurídico do Flamengo faz: dar uma assessoria jurídica para o qual estamos capacitados. Jamais tentaremos ganhar dinheiro com dor. Que é isso que vocês estão tentando passar para a mídia, para trazer uma culpa que não é nossa. Não é nossa”.
O diretor-executivo do Flamengo, Reinaldo Belloti, falou que o Flamengo vem prestando assistência aos familiares.
“Nós pretendíamos, naquele momento, fazer um amplo programa de acolhimento aos familiares e resolver o problema o mais rápido possível, dentro de uma dinâmica que nós entendemos como razoável. Nós trouxemos todas as famílias que quiseram vir para cá, alojamos todas as famílias que quiseram, prestamos todas as ajudas psicológicas e financeiras daquele primeiro momento”.
Wedson de Matos, pai de Pablo, contestou a declaração.
“Viemos nessa CPI para falarmos a verdade. Igual você citou, que o Flamengo está dando todo o apoio para a família. Eu fiquei sabendo que meu filho morreu através da mídia. Amanhã faz um ano, eu nunca recebi uma ligação, nem um bom dia. Eu recebi uma urna cheia de cinzas, não pude despedir do meu filho. Então vamos falar a verdade”.
O titular da delegacia do Recreio dos Bandeirantes, Márcio Petra, responsável pela investigação, informou que oito pessoas foram indiciadas por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. Entre os indiciados estão engenheiros do Flamengo, engenheiros da empresa NHJ, fornecedora dos materiais para o alojamento, e o monitor que não estava no local no momento em que o incêndio começou.
A investigação apurou que antes de serem transformados em dormitórios, os módulos habitáveis eram destinados a atividades administrativas e usados como refeitório. Não foi feita nenhuma adaptação para o novo uso. Entre as irregularidades, estavam portas de correr nos quartos onde os atletas dormiam, que dilataram com as altas temperaturas e impossibilitaram a fuga dos adolescentes, já que havia grades nas janelas do alojamento.
Procurado, o Flamengo não se posicionou sobre a condução coercitiva de seus dirigentes convocados até o fechamento desta reportagem.
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